Mais uma vez os motoristas vão sentir o bolso pesar ao abastecer o carro, com um novo aumento no preço da gasolina, que passará a valer no dia 1º de fevereiro. Uma nova tabela de Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF), que serve de base de cálculo para arrecadação de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), foi publicada no dia 21 de janeiro, reajustando o preço de pauta para três produtos.
Até então, o imposto sobre a gasolina em Mato Grosso era calculado sobre o preço base de R$ 3,689 -- assim, os postos vendiam o combustível a R$ 3,79, em média. Agora, o preço de pauta da gasolina vai subir quinze centavos, chegando a R$ 3,836. Com isso, a expectativa é que o combustível derivado do petróleo alcance a marca de R$ 4.
A tabela aponta ainda para um aumento no preço do etanol, que passará de R$ 2,63 para R$ 2,79 (esses preços são utilizados para cálculo de imposto e a realidade pode ser pior nos postos de gasolina).
“Os aumentos sucessivos nessa tabela estabelecida pelo Conselho Nacional de Política Fazendária refletem os aumentos ocorridos no mercado de produção e distribuição que, por consequência, chegam aos postos. Os aumentos alcançam o diesel também. A revenda de combustíveis tem custos elevados e que só crescem, sendo difícil segurar até mesmo impactos gerados pelo preço de pauta, caso sejam repassados pelas distribuidoras aos postos”, explica Aldo Locatelli, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo), Aldo Locatelli.
Somente no ano passado, por exemplo, entre janeiro a novembro, o preço do combustível aumentou três vezes e ficou 21% mais caro para o consumidor em relação a 2014.
A tabela com os preços de pauta dos combustíveis pode ser reajustada a cada 15 dias. Conforme explica o diretor executivo da Sindipetróleo, Nelson Soares Júnior, isso acontece porque as usinas estão sempre aumentando o preço do produto e, com isso, os empresários acabam tendo que fazer em todos os meses a coleta inteira no estado para saber qual é o preço de mercado.
“Se o valor do imposto que os donos de postos estão pagando estiver abaixo do imposto que ele está pagando, ele acaba aumentando o preço do produto para não sair no prejuízo. O que aconteceu agora é que tivemos o aumento do etanol em dezembro e, na coleta que foi realizada, foi confirmado que o preço usando em alguns postos estava menor do que o praticado no mercado. Então isso pode classificar que foi simplesmente uma correção”, explicou.
Ainda conforme Nelson, quando os aumentos nas usinas são de apenas três centavos, na maioria das vezes os empresários acabam não repassando esse valor para os consumidores.
“O que posso garantir nesse momento é que esse valor não vai ficar até o final do ano, porque tem muitos estados que fizeram esse estudo e não tiveram o valor alterado porque estava certo. Vamos supor, por exemplo, que o valor do imposto cai. Automaticamente o valor do preço do produto deve ser reduzido pelos empresários, para que esse valor possa sempre ficar na média do preço ponderado”, concluiu.