Em protesto, os profissionais de enfermagem do Hospital Regional de Colíder, a 648 km de Cuiabá, colocaram um caixão simbolizando a 'morte da saúde' no município.
Os trabalhadores estão com as atividades paralisadas desde segunda-feira (1º). A categoria reclama dos salários atrasados e da falta de equipamentos na unidade. Além do caixão, uma 'vela de sete dias' foi usada na manifestação.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), o pagamento referente ao mês de dezembro deve ser feito até a próxima sexta-feira (5) por causa de trâmites bancários. Ainda segundo o órgão, os trabalhadores não protocolaram nenhum documento com as reivindicações.
Em Sinop e Alta Floresta, a 503 e 800 km de Cuiabá, respectivamente, os profissionais paralisaram os serviços na última quinta-feira (28) também em protesto contra os atrasos. Segundo o Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso (Sinpen-MT), 30% dos trabalhadores mantêm os atendimentos.
“A intenção é mostrar para os responsáveis que estamos de luto e velando a saúde”, declarou o enfermeiro Adriano Noquele, que participou do protesto. Além da questão salarial, os profissionais reclamam da falta de materiais, como respiradores e monitores, e pedem a contratação de novos profissionais.
Segundo ele, a iniciativa do protesto partiu da própria população em apoio aos profissionais. “A população está a nosso favor. Os funcionários da funerária deram a sugestão e nós colocamos em prática”, contou. Ainda segundo Adriano, em reunião com a direção do hospital na segunda-feira, os funcionários decidiram manter a paralisação por tempo indeterminado.
“Recebemos a promessa de que vamos receber o salário na próxima quarta-feira (3). Porém só vamos voltar a trabalhar quando o salário estiver na nossa conta”, afirmou. Ao lado do caixão, os trabalhadores acenderam uma vela que dura sete dias. Eles aguardam para ver se a promessa será cumprida até que a vela acabe.
De acordo com o sindicato, o governo efetuou o pagamento de um dos meses atrasados para parte dos funcionários de Sinop e Alta Floresta. No entanto, a categoria deve manter a paralisação até um posicionamento da Secretaria Estadual de Saúde sobre a política de administração das unidades hospitalares e os futuros pagamentos.