Mais um hotel de luxo fechou as portas em Cuiabá, desta vez o Hotel Bussines Prime, localizado na Avenida República do Líbano, na saída para Chapada dos Guimarães.
Desde 1º de maio, não há funcionamento no local e cerca de 40 funcionários foram demitidos, de camareiras a diretores.
O empreendimento milionário é o quarto a fechar em menos de dois anos na Grande Cuiabá. Os outros foram os hoteis Mangabeiras, Slavieiro e Global Garden.
O Bussines Prime foi inaugurado na ocasião da Copa do Mundo e custou no mínimo R$ 20 milhões em investimentos.
Na estrutura luxuosa tem 123 apartamentos executivos sendo doze suítes, restaurante, piscina, área de lazer, academia de ginástica, espaço empresarial com seis salas de reunião e auditório para palestra.
Quando aberto, cobrava diária entre R$ 200 e R$ 300 e recebia como clientes quase que na totalidade executivos.
A exemplo dele, o Slavieiro também foi inaugurado na Copa e o Mangabeiras, que é mais antigo, fez investimentos neste sentido. Somente o Global Garden teria mantido a mesma estrutura.
O empresário Bruno Delcaro, da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Mato Grosso (ABIH-MT), afirma que o cenário para o setor é sombrio.
"Alguns hotéis estão atuando com ociosidade de 50% ou mais", lamenta.
Para ele, outro empreendimento de luxo deve fechar as portas ainda este ano na Grande Cuiabá.
Sobre a Copa, ele ressalta que este tipo de evento deve servir de exemplo aos mais recentes no setor, porque têm data para começar e acabar e "a hotelaria madura" faz projeções com base na rotina real da cidade.
Segundo ele, o que empreendedores pensavam, com o mundial, é que, quando terminasse, Cuiabá teria um "boom" no turismo, com os chamarizes do Pantanal, Chapada e Floresta Amazônica.
Mas, para ele, o que ficou é uma imagem muito desgastada de cidade "esburacada" e toda destruída por projetos inacabados, como o VLT.
Ao todo, na Grande Cuiabá são 110 hotéis de todos os portes, sendo 17 considerados pela ABIH-MT de luxo e destaque.
O fechamento em série dos empreendimentos, para Delcaro, é motivo de "assustar", inclusive quanto ao aspecto desemprego, já que pelo menos 150 trabalhadores teriam sido demitidos nos quatro hotéis que fecharam.
São porteiros, camareiras, faxineiros, pessoal do setor administrativo e diretos, funcionários da cozinha, jardinagem e outros serviços necessários a este tipo de empreendimento.
No caso do Bussniss Prime, Delcaro diz que o dono irá alugar o prédio para o Governo do Estado e que não ficaria "na mão". Já os demais empresários, como o Esloveiro, por exemplo, não acharam saída parecida. O prédio está fechado e os bens foram leiloados a "preço de banana".
Até o fechamento desta matéria, o Governo ainda não tinha dado retorno confirmando ou não se vai alugar o prédio.