A Polícia Militar informou nesta quinta (6) que o tiro que matou o tenente do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Carlos Henrique Scheifer, em confronto com bandidos em Colniza (a 1.114 km de Cuiabá), partiu da arma de um policial da corporação. A comprovação está no exame de balística realizado pelo Inquérito Policial Militar instaurado (IPM) desde o dia da morte do oficial.
No dia do confronto, em 13 de maio, o Bope realizava uma operação na região Norte do Estado a procura de criminosos que pretendiam assaltar bancos. Pela manhã, houve um primeiro confronto entre policiais e bandidos, que terminou com a prisão de quatro criminosos. Já no início da noite, um outro confronto ocorreu, terminando com o tenente Scheifer baleado. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu.
Segundo a assessoria da PM, por meio de nota, inicialmente, a polícia acreditou que Scheifer havia sido morto por um tiro disparado por um dos ladrões de banco, o que não foi confirmado nas investigações.
“Durante a instrução do inquérito, o oficial encarregado solicitou exame de balística e constatou que o disparo que vitimou o tenente Scheifer partiu da arma de outro policial militar que o acompanhava”, diz nota encaminhada pela PM.
Diante da constatação, a Polícia Militar afastou os policiais envolvidos na operação. Ainda não foi confirmado o responsável pelo disparo. “O inquérito policial militar busca individualizar as condutas e, após concluso, será enviado para a Justiça Militar”, completa a nota.
A morte
O tenente Scheifer estava em operação de buscas na zona rural do município, área próxima ao local em que, na manhã de ontem, policiais militares de unidades da região e do Bope capturaram quatro homens suspeitos da quadrilha.
Ainda conforme a PM, as prisões levaram à apreensão de armas, entre as quais dois fuzis 556 e munições. Os quatro presos são suspeitos de terem trocado tiros com uma guarnição da PM na manhã de sexta (12), no distrito União do Norte, em Peixoto de Azevedo.
Reforço policial e aeronaves foram enviados a Matupá para buscas dos suspeitos do assalto e da morte do tenente Scheifer. A PM ainda destaca que o comandante das unidades especializadas de Polícia Militar, coronel Paulo Serbija Filho, trata pessoalmente do translado do corpo do policial para Cuiabá.
Comoção
Nas redes sociais familiares e amigos lamentaram a morte do tenente que faria aniversário no próximo dia 11 de junho. Entre eles, Marcos Eduardo Ticianel Paccola, major da Polícia Militar e presidente da Associação Brasileira de Operações Especiais. “(...) uma tristeza imensurável e um vazio quase absoluto diante da partida prematura de um jovem policial sonhador, oficial combatente exemplar, o qual se comportava e agia dentro dos valores e princípios do mais digno homem de operações especiais”, escreveu em seu Facebook.
Scheifer deixou a esposa Tássia Paschoiotto Scheifer. O tenente, que antes fazia parte do Grupo Especial de Segurança na Fronteira (Gefron), era recém-formado no curso que capacita policiais a integrarem o Bope e estava na corporação há dois meses.