No relatório enviado ao desembargador do Tribunal de Justiça Guiomar Teodoro, que embasou a decisão dele de autorizar a deflagração da Operação Rota Final nessa quarta (25), o Ministério Público Estadual aponta que o filho do deputado estadual Pedro Satélite (PSD) teria recebido depósito em conta corrente de vantagem indevida. A operação apura fraudes na concessão do transporte intermunicipal a empresas, envolvendo propinas na ordem de R$ 6 milhões.
Sem dizer o nome do filho do parlamentar, o desembargador cita a menção que o MPE faz ao filho no deputado no seguinte trecho: “De outra via, considera que não podem ser ignorados como indícios de que a adesão dos agentes lotados na Ager, Sinfra e Assembleia aos interesses do grupo se deu mediante pagamento de vantagem indevida. No ponto, relata as conversas interceptadas entre Eder e Max Willian que aponta pela entrega de presentes a servidores da Ager, bem como depósito em conta corrente de filho de deputado (Pedro Satélite)”.
O parlamentar admitiu ter sido citado, mas em outro contexto, pois fez parte da Comissão Especial dos Transportes na Assembleia, que tratava do transporte intermunicipal de modo geral. Satélite negou qualquer envolvimento com eventuais fraudes detectadas na licitação.
A Operação Rota Final é fruto do acordo de colaboração premiada do ex-governador Silval Barbosa e tramita em segredo de Justiça por conta da citação de nomes com foro privilegiado, como deputados e secretários de Estado. Sobre licitação de transportes, o ex-gestor delatou que o certame foi fraudado para beneficiar um grupo específico de empresários. Para tanto, o grupo teria pago propina de R$ 6 milhões para que os contratos prestes a expirar fossem prorrogados por meio de decreto.
O RD News ligou para o deputado, mas as chamadas não foram atendidas. A assessoria do parlamentar informa que ele ainda não foi intimado oficialmente da investigação e só voltará a dar entrevistas sobre o assunto quando tiver acesso ao teor da denúncia.