A Cooperativa de Garimpeiros do Vale do Rio Peixoto (Coogavepe), em parceria com a Fragmetal, iniciou a instalação de uma planta móvel para a exploração de ouro no município de Matupá (MT). A planta, que teve investimento de R$ 800 mil, deve entrar em operação até a quarta-feira (15) e pode alcançar taxas de recuperação minerais superiores à de equipamentos similares, minimizando perdas e maximizando o desempenho financeiro.
O presidente da cooperativa, Gilson Gomes Camboim, disse, por e-mail ao NMB, que o equipamento possui tecnologia que viabilizará a concentração de pequenas partículas de ouro por meio do mecanismo de separação por gravidade, garantindo eficiência no aproveitamento dos rejeitos minerais de diferentes densidades trabalhados ao longo dos anos.
“Neste processo não se utiliza produtos químicos como o azougue ou mercúrio e a de taxa de recuperação de ouro pode chegar a 95% com baixo custo operacional. Além do aproveitamento de todo potencial aurífero dos rejeitos da extração mineral, também poderão ser explorados de forma ecologicamente correta, os materiais viáveis para a construção civil, como areia, seixo, cascalho, e qualquer outro mineral ou pedra preciosa”, afirmou.
Segundo Camboim, o método de garimpagem com a utilização de dragas e bateias ainda provoca muitas perdas, principalmente do ouro mais fino, mas com a utilização da nova tecnologia haverá o aproveitamento praticamente total do potencial aurífero da região, fator que refletirá em maior produtividade e geração de renda aos cooperados.
Em relação à recuperação da área após a realização das atividades, ele afirmou que é necessário espalhar o material no local das cavas de garimpo e que com o equipamento “é possível distribuí-lo de forma uniforme através da correia transportadora [esteira], de forma mais pratica, ou utilizar caminhões caçamba, que levariam uma carga de rejeito rico e retornariam com outra do material já processado, que posteriormente será utilizado na recomposição do solo para fins de reflorestamento”.
A Coogavepe promoverá gradativamente, por meio da implantação deste equipamento, a transição da não utilização do mercúrio nem do cianeto na atividade mineral. O presidente da Cooperativa acrescentou que serão otimizados os projetos de recuperação de áreas degradadas e passivos ambientais, inclusive aqueles que já estão abandonados há anos.
“A planta de extração utiliza até 75% a menos de água em sistema de recirculação e pode ser montada em áreas secas, o que facilita a operação com tanques de decantação, o que significa que absolutamente nenhum sólido ou assoreamento residual será descarregado, fazendo com que a operação seja possível em áreas sensíveis, como córregos, rios e lagos sem prejuízos ao meio ambiente, pois não são usados produtos químicos”, disse.
De acordo com Maurício Moreira, diretor da Fragmetal Mineração de Minas Gerais, a planta é compacta e poderá ser utilizada em qualquer região com custo operacional consideravelmente baixo com acionamento por gerador.
“É importante lembrar que o equipamento é ecologicamente correto, pois não usa produtos químicos. O minério processado pode retornar a mina para efeitos de reflorestamento. Não existe morosidade na obtenção de licença de exploração e a planta é 100% nacional, fabricada pela Fragmetal”. Com informações da Coogavepe.
