Ninguém mais duvida que depois das delações, na semana passada, dos diretores da JBS, hoje pivô da mais recente crise política brasileira, um dos focos das denúncias são políticos de Mato Grosso. Que por meio de pagamento de propina nadou ‘ de braçada’ no dinheiro sujo da empresa.
Em nível nacional colocou o presidente da República, Michel Temer na berlinda e afastou o Senador, o tucano mineiro, Aécio Neves.
Em Mato Grosso, um alvo em particular é o ex-governador peemedebista, Silval Barbosa – preso desde setembro de 2015 no Centro de Custódia de Cuiabá -, e boa parte de seu staff. Com repasses milionários
Assim, quando veio à tona que o chefe do Executivo estadual, Pedro Taques (PSDB) teria sido citado nas delações, obviamente que rapidamente a resposta do gestor veio na ponta da língua, já que nas delações da JBS constam ‘um propinoduto’ e ‘doações legais’, como serviços estratégicos políticos.
É nesta segunda categoria que Taques buscou a argumentar os benefícios recebidos da empresa frigorífica, a maior, aliás, produtora de proteína do planeta terra.
Taques que disputou duas bem sucedidas campanhas eleitorais, em sua trajetória política, como senador da República e atualmente governador de Mato Grosso, recebeu da JBS S/A e empresas associadas à rede de frigoríficos.
Mas todas doações legais e aprovadas, com dados constando da declaração de prestação de contas do próprio gestor no site da Justiça Eleitoral.
Ao todo, o tucano recebeu R$ 600 mil, com os quais pagou dívidas das campanhas de 2010, ao Senado, e de 2014, quando conquistou o governo do Estado.
Conforme o levantamento, o primeiro repasse ocorreu em 15 de outubro de 2010, por meio de transferência eletrônica. O valor era de R$ 100 mil. E a doação foi feita em nome da própria JBS S/A.
Os repasses posteriores foram registrados quatro anos depois, já na disputa pelo governo estadual.
O governador não foi o único político mato-grossense a receber doações legais da JBS S/A. Dez parlamentares de Mato Grosso, que foram eleitos em 2014, receberam, ao todo, R$ 4,223 milhões para suas candidaturas.
Três cheques da JBS e outros dois da Seara, que pertencem a empresa dos irmãos Batista, ajudaram o então deputado federal Wellington Fagundes (PR) a se eleger senador. O republicano lidera a lista dos mato-grossenses beneficiados pelo grupo empresarial com R$ 1.850 milhão.
As transações também foram feitas para o deputado federal Carlos Bezerra (PMDB), que recebeu R$ 1 milhão, em duas parcelas de R$ 500 mil, repassadas pelo diretório nacional da sigla.
Quem não recebeu doação da JBS naquele ano foram Ezequiel Fonseca (PP) e Nilson Leitão (PSDB).
Uma outra parte dos R$ 4 milhões investidos nos candidatos mato-grossenses foi direcionada para Ságuas Moraes (PT) e Fábio Garcia (PSB), que receberam R$ 150 mil cada um.