O vice-governador Otaviano Pivetta (PDT) avaliou que sua eventual saída do Governo para uma disputa na eleição suplementar ao Senado não seria “desfalque” à administração Mauro Mendes (DEM). Pivetta ainda declarou que “não depende de resposta” do governador para decidir sobre sua possível candidatura. A decisão de candidatura do pedetista foi divulgada em primeira mão pelo Blog do Romilson.
“Não depende de resposta dele, a decisão de candidatar é uma convicção minha diante do cenário e do estágio de vida que estou vivendo. É muito importante ter apoio do Mauro, mas não vou pressionar ele, tem muito tempo ainda, e ele vai saber o que é melhor para Mato Grosso”, disse ao RD News.
Apesar do discurso, Pivetta ponderou ainda estar “pensando em encarar a candidatura” e que fez sua “obrigação de amigo e de companheiro” ao comunicar Mauro sobre a possibilidade. A conversa, segundo o pedetistas, teria sido rápida e o governador teria apenas “ouvido respeitosamente”.
Desde que foram eleitos juntos em outubro de 2018, Pivetta assumiu responsabilidades de coordenação no Governo de Mauro. As áreas de Educação e de Infraestrutura, em especial, tiveram articulação do ex-deputado e ex-prefeito de Lucas do Rio Verde.
“Eu estou ajudando no Governo, mas não impede de ter outras pretensões. Acho que posso ajudar mais o Estado e o país no Senado. O Governo está muito bem encaminhado, tem uma equipe preparada sob coordenação do Mauro. Eu estou dentro desse time, mas no momento que surgiu esse fato novo, entendi que posso aumentar minha cota contribuição com o país e com Mato Grosso”, avaliou.
A senadora Selma Arruda (Pode) teve a cassação do mandato confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no início de dezembro por caixa 2 e abuso de poder econômico. A decisão, porém, foi publicada pouco antes do recesso do Senado e, por isso, não houve movimentação na casa para que ela seja retirada do cargo.
A eleição suplementar deve ser marcada no final de janeiro pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT). Também nesse mesmo mês, o vice-governador e o governador devem aprofundar as conversas em relação à candidatura. Em tom pré-eleitoral, Pivetta indicou que deve defender uma agenda de reformas na administração pública e no sistema político.
“Estou vivendo outra fase, eu já tenho 45 anos de trabalho na vida privada e pública, conheço muito bem as dificuldades do empresário, do trabalhador, dos governantes, estadual e municipal, sei como poucos o que precisa ser feito em termos de reforma política, tributária, do pacto federativo, acabar com essa influência de Brasília na vida de todo mundo. Menos Brasília e mais Brasil”, defendeu.
“Tenho a disposição e experiência e tem um grupo grande no Senado com essas propostas. Quero me juntar a esses que querem mudar o Brasil. Esse é o maior legado a deixar para nossos netos. Mato Grosso continua bem governado, não serei desfalque no time”, continuou.
O vice-governador ainda adiantou já ter conversado com “15 ou 20 pessoas” de seu círculo de amizade e de militância política, revelando que há articulação em torno de seu nome. A primeira-suplência de sua chapa deve ser ocupada pelo ex-senador Cidinho Santos (PL).