A extração mineral no Vale do Rio Peixoto continua sendo uma das principais e maiores fontes de renda para as cidades da área de abrangência da Cooperativa de Garimpeiros – Coogavepe.
Atualmente são mais de 239 Permissões de Lavra Garimpeira outorgadas pelo Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM nesses municípios.
Além de gerar empregos, renda e aquecer a economia local, todo passivo ambiental é obrigatoriamente recuperado pelos garimpeiros com consultoria e assistência técnica dos profissionais da Coogavepe.
Neste contexto estão sendo desenvolvidos três tipos de projetos de recuperação de áreas degradadas, sendo: reflorestamento, piscicultura e fruticultura.
A fim de conhecer ‘In Loco’ a evolução e desenvolvimento desses projetos e cadeias produtivas, o Presidente da Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Recursos Minerais da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Deputado Dilmar DalBosco, esteve em Peixoto de Azevedo juntamente com a Equipe de Jornalismo da TV Assembleia e Técnicos do Núcleo Ambiental, visitando um exemplo extraordinário e referencial de recuperação dos impactos ambientais provocados pela mineração. Eles estiveram na Fazenda e Piscicultura Longo – localizada na Gleba ETA a 6 km da sede do município em uma região garimpada há mais de 25 anos.
Durante visitação a propriedade acompanhada também por uma delegação de 30 produtores da Itaituba/PA, o parlamentar, técnicos no Núcleo Ambiental e reportagem da TV Assembleia conheceram o projeto de criação de peixes da espécie Pirarucu e o processo de alevinagem, recria e engorda.
Antigas cavas de garimpo deram lugar a mais de 13 tanques de piscicultura com dimensões superiores a 7.000 M² e cerca de dez hectares de lâmina d’agua. A denominada Fazenda de Pirarucus conta atualmente com 12.000 peixes em fase desenvolvimento.
O empresário Vilamir Longo solicitou apoio do parlamentar na celeridade do processo de emissão ou dispensa de Licenciamentos Ambientais pela SEMA, linhas de credito governamentais para cadeia produtiva de piscicultura, assistência técnica por parte da EMPAER e a viabilização da construção de uma fábrica de ração e frigorífico através do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável Portal da Amazônia.
Dilmar DalBosco esteve no projeto de criação de rãs que está sendo desenvolvido em Matupá. A atividade iniciada em meados de 2002 com incentivos do extinto Programa de Apoio Direto ás Iniciativas Comunitárias (PADIC) se estagnou devido a falta de recursos governamentais para a fomentação da produção e a conclusão do abatedouro que se encontra até hoje inacabado. O empreendimento foi repassado pelo Governo do Estado a uma associação de produtores que retomara o Projeto de Ranicultura.
“Farei gestões junto ao Governo de Mato Grosso e a Secretaria de Estado de Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários para que efetivamente os ranários sejam reativados, pois a atividade é altamente lucrativa, quer seja para consumo humano e aproveitamento de seus subprodutos. Precisamos alavancar essa cadeia produtiva intensiva e higiênica de rãs para abate, industrialização e comercialização nos mercados Mato-grossense e Brasileiro”, destacou o Deputado Dilmar DalBosco.
Os vereadores Eduardo Feitosa e Josivânia Amorim parabenizaram a iniciativa do empresário e empreendedor Vilamir Longo, e reforçaram a solicitação ao deputado estadual para a desburocratização do processo de emissão de licenciamentos ambientais para piscicultura. Eles aproveitaram o ensejo para reivindicar o fortalecimento da Unidade Local da EMPAER em Peixoto de Azevedo visando a otimização da assistência técnica a campo, bem como a criação de ferramentas e mecanismos que possam ser contributivos ao financiamento do projeto junto as instituições financeiras com o aval do Governo do Estado de Mato Grosso.
Carne de Rã
A carne de rã é recomendada por médicos e nutricionistas, pois a taxa de gordura é de 3%, sendo a única carne produzida em cativeiro que possui os 10 aminoácidos básicos para o ser humano e com digestibilidade alta, por ser formada por moléculas de cadeia curta. O grande interesse por essa carne é devido principalmente ao fato de ser ela muito saborosa, satisfazendo aos gostos mais exigentes. Além disso, é rica em proteínas, sais minerais e vitaminas, e quase isenta de hidratos de carbono. É uma carne de cor branca-marfim, macia, de boa digestibilidade, excelente sabor, qualidade e alto valor energético, parecendo com a dos coelhos ou frangos ou a dos borrachos (filhotes de pombos ainda empenados), estando o seu gosto entre a dos frangos e a dos peixes.
A visita técnica da Comissão e Núcleo Ambiental da AL-MT na região aconteceu na área que já foi garimpada há mais de 30 anos localizada na Linha do Peixe, a 15 km da cidade de Matupá onde está sendo desenvolvido um dos maiores projetos de criação de peixes da espécie Pirarucu do estado de Mato Grosso.
De propriedade do garimpeiro, Valdecir Alves da Costa (Gauchinho), antigas cavas e crateados de garimpo transformaram-se em mais de 40 tanques e berçários para criação de peixes em uma extensão de 150.000 M² de lâmina de água. Atualmente são mais de 20.000 pirarucus distribuídos em alevinos, cria, recria e engorda. A meta é chegar a 150.000 unidades em 2016. O projeto privado de grande envergadura conta inclusive com uma fábrica de ração.
“Dentre as novas atividades do meio rural, a piscicultura destaca-se como alternativa de recuperação dos passivos ambientais provocados pelo garimpo e eficiente fonte de renda nas pequenas e médias propriedades rurais, por proporcionar variadas opções de comercialização, como a criação de alevinos, engorda de peixes ou lazer, como os pesque-pague e a pesca esportiva. No caso específico do Pirarucu, vislumbra-se a oportunidade de exportar a carne e o aproveitamento seus subprodutos de valor comercial potencial, como é o caso do couro. Quero evidenciar aos empreendedores Vilamir Longo e Valdecir da Costa que estarei na Assembleia Legislativa propondo ao Governador Pedro Taques leis que incentivem e consolide de fato esta importante atividade econômica”, enfatizou Dalbosco.
Os profissionais que atuam no quadro técnico da Cooperativa de Garimpeiros do Vale do Rio Peixoto – Coogavepe, Laura Reis Fuão (Engenheira Florestal), Sandra Paixão (Gestora Ambiental) e Josimar Passos (Biólogo) acompanharam as visitas desenvolvidas pela Comitiva da AL/MT e apresentaram os projetos de recuperação de áreas degradadas que estão sendo desenvolvidos pela COOGAVEPE junto aos seus mais de 4.600 cooperados.