Localizadas em Mato Grosso, Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis estão na lista das 123 cidades que respondem por 50% das mortes mais violentas do Brasil. É o que mostra a pesquisa “Atlas da Violência 2018 – Políticas Públicas e Retratos dos Municípios Brasileiros”, lançada ontem, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
O ranking é montado com base dos dados da polícia e também de órgãos de saúde e analisa cidades com mais de 100 mil habitantes. As taxas de mortes violentas se referem ao ano de 2016, último dado oficial do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS).
Conforme o levantamento, na capital a taxa de mortes violentas é de 40,8 por 100 mil pessoas. Já em Várzea Grande, essa incidência é de 52 homicídios a cada 100 mil indivíduos e, em Rondonópolis, 50,7/100 mil.
No país, a cidade mais violenta, conforme os dados, é Queimados, no Rio de Janeiro, com índice de 134,9 homicídios para cada 100 mil pessoas. A média nacional chegou a 38,6 a cada grupo de 100 mil habitantes em 2016, o que equivale a 375,8 mil assassinatos.
Esses 123 municípios são equivalentes a 2,2% do total de municípios brasileiros. Já os três municípios mais pacíficos, são Brusque (SC), Atibaia (SP) e Jaraguá do Sul (SC). A pesquisa considera mortes violentas a soma de agressões, intervenções legais e mortes violentas com causa indeterminada, tomando como referência o município de residência da vítima.
O estudo concluiu ainda, que há uma correlação entre as condições educacionais, de oportunidades laborais e de vulnerabilidade econômica e a prevalência de mortes violentas. Para isso, analisou indicadores de educação infanto-juvenil, pobreza, gravidez na adolescência, habitação, mercado de trabalho e vulnerabilidade juvenil. Os municípios com menor acesso à educação, com maior população em situação de pobreza e maiores taxas de desocupação apresentam maiores taxas de mortalidade violenta.
O estudo aponta ainda o papel da prevenção social dentro de uma abordagem de políticas efetivas de segurança pública e expõe elementos fundamentais geralmente presentes nas experiências nacionais e internacionais que tiveram êxito em reduzir crimes violentos.
Nesse contexto, a pesquisa chama a atenção para alguns pontos, como o comprometimento do político principal (seja presidente, governador ou prefeito) com a vida das pessoas; a organização da gestão da segurança pública com base no método científico e nas evidências empíricas e a mobilização e articulação de todas as forças e atores sociais na busca pela paz.