Mais de 10 dias após a Polícia Federal começar a fazer abordagens ostensivas no garimpo ilegal na Serra do Caldeirão, em Pontes e Lacerda, muitos aventureiros que foram para o local, em busca de enriquecimento, continuam a escavar o solo dia e noite e a achar ouro.
O prefeito Donizete Barbosa do Nascimento (PSDB) diz que há pelo menos 600 pessoas na área. Agora seriam somente homens, que escavam noite e dia, apesar dos avisos tanto da Polícia Federal, como de outras autoridades locais e da Polícia Civil, de que devem sair.
A maioria dos que estavam vivendo na vila à beira da Serra já voltaram para casa mediante determinação da Justiça Federal de Cáceres, dada em 16 de outubro, pelo juiz Francisco Antônio de Moura, de interdição e desocupação da área.
O prefeito, que é a favor da saída dos garimpeiros e do retorno deles à área somente de forma legalizada, através de uma cooperativa, acredita que uma operação da PF deve ser desencadeada ainda esta semana.
Semana passada, a PF informou à imprensa que já tinha cercado as passagens para a Serra do Caldeirão e traçado um plano estratégico de desocupação, com uso inclusive da aeronave da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).
Conforme o prefeito, o que mais preocupa é que muitos dos resistentes não têm dinheiro para voltar para casa. “Vamos ter que acolher esse pessoal e o Estado já nos informou que vai nos dar uma ajuda”, comenta o gestor.
O Ministério Público Federal (MPF), que pediu à Justiça a interdição e desocupação da área, confirmou que os garimpeiros ainda estão lá, escavando e encontrando ouro.
A retirada de minerais é crime, porque o subsolo brasileiro é patrimônio da nação. Somente o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) pode autorizar a extração.
A PF continua a se fazer presente na cidade e no garimpo. Mas há informações de que os garimpeiros estão indo na surdina para o local aonde ainda tem muito ouro raso.